quarta-feira, 30 de julho de 2008

Trânsito - Mais um Caos

Em qualquer jornal, em qualquer revista, cedo ou tarde vai aparecer notícia sobre o caos do Trânsito em São Paulo. Bem, não moro lá (graças a Deus!), e nunca em Fortaleza registrou-se 200 km de congestionamento. Não por isso, guiar por aqui é algo prazeroso. Pelo contrário, reservo pelo menos duas horas do meu dia para gastar dentro do carro; e boa parte delas não será em movimento: de pequenas colisões e atropelamentos que poderiam ser evitados, motos ultrapassando pelos cantos mais estreitos e inusitados, imprudências e barbeiragens que lhe dão frio na espinha, lavadores de vidro a cada semáforo, que se repetem de 100 em 100 metros, a paciência se esvai e a raiva e mau humor se apoderam até do mais budista e equilibrado condutor. A perspectiva não é de melhora. Outro dia viajei para Barbalha, uns 560 km de Fortaleza, pela BR-116. E o que mais vi pelo caminho? Caminhões cegonha; filas e filas deles, trazendo aos montes carros que serão financiados em 60 meses, mas que em poucos dias irão abarrotar as ruas e avenidas mal planejadas de nossa cidade. Fora o outdoor de certa concessionária que sempre me dá calafrios: 3032 carros entregues em 2008 (e o número aumenta toda vez que passo lá!) Véspera de eleições, surgem as propostas mais interessantes - e as mais estapafúrdias! (leia notícia completa em http://www.opovo.com.br/opovo/politica/807114.html). Pessoalmente, prefiro torcer pelas interessantes - por mais que as outras me despertem risos. Primeiro, é preciso acabar com a "indústria das multas". Existe sim funcionalidade para fotossensores - principalmente em cruzamentos, onde motoristas teimam em parar sobre a faixa de pedestres, ônibus insistem em furar o sinal vermelho e motoqueiros avançam quando a perpendicular ainda está no amarelo (o encontro dos dois últimos volta e meia mata um deles). Entretanto, os radares de velocidade costumam ser hipócritas no limite que estabelecem, sendo respeitados somente nuns 200 metros mais próximos. Uma fiscalização menos eletrônica e mais humana certamente evitaria ultrapassagens arriscadas, retornos proibidos, conversões não sinalizadas... imprudências geralmente feitas com serenidade e - que se frise - com sobriedade. Além da fiscalização - que busca educar melhor o motorista - deve-se investir em dar ao condutor melhores condições de tráfego: viadutos, túneis, faixas exclusivas para ônibus, motos e bicicletas, construção de passarelas ou túneis para travessia de pedestres; tudo o que possa reduzir paradas desnecessárias, evitar cruzamento de fluxos, aumentar a segurança de todos que transitam, sempre será bem vindo. Por outro lado, impedir o trânsito de pessoas (rodízios, pedágios e proibições) é atitude opressora, repugnante; um atestado de burrice que certamente acabará sendo contornado pelo povo que - esperto e malicioso - sempre dá um jeitinho de solucionar o que lhe desagrada. Altos custos para tudo isso? Com certeza. Mas a cidade está crescendo (pelo menos em número de veículos). Sua economia deve, portanto, acompanhar o crescimento, aumentando assim a arrecadação dos cofres públicos. Este dinheiro (imagino) deverá ser usado para o bem estar do povo, garantido seu direito de ir e vir com segurança. Até lá, o jeito é continuar dirigindo ao som de new age.