Há muitos anos fala-se dos diversos problemas que o planeta vem enfrentando. Destruição de florestas, poluição de rios e lagos, extinção de espécies e – a bola da vez – aquecimento global. Ativistas, Ongs e até alguns raros políticos tentam avisar ao mundo sobre os riscos do rumo que nós humanos estamos tomando, que podem até num longo prazo nos levar a extinção! Contra eles, estão as “grandes corporações capitalistas” que de maneira impiedosa destroem a natureza visando apenas o lucro.
Bom, de fato, as empresas realmente se interessam no lucro, pois é necessário para sua sobrevivência. É assim que funciona o sistema. Mas, para aqueles que se preocupam com a natureza, eis que surge um momento muito interessante a ser vivido nos próximos anos. Pois o que podemos chamar de “atitude verde” começa a ser lucrativo, portanto alvo das grandes corporações.
Tomemos como exemplo o alumínio: ao contrário de outros materiais, ele pode ser reciclado infinitas vezes sem perder suas propriedades; além disso, no processo de reciclagem consome-se apenas 5% da energia necessária para fabricação do alumínio primário. Citando agora uma corporação, a filial da Gerdau no Ceará utiliza somente sucata como matéria-prima na produção de aço.
Alguns produtos, ao contrário do alumínio e metais em geral, perdem suas propriedades na reciclagem, caso do plástico, da borracha e do papel. Mas isso não significa que não valha à pena reciclá-los, pois a mudança nas propriedades irá apenas mudar a aplicação do material; assim, o que era um pneu pode virar uma sandália, vários potes de sorvete podem fazer uma lata de lixo, e por aí vai... Minha avó já dizia: o lixo de um é o luxo de outro.
Falemos agora da bola da vez, o tão assustador aquecimento global, responsável pelas mais loucas alterações climáticas e fantasiosas teorias de fim do mundo. Acontece que desde a revolução industrial a queima de combustíveis fósseis vem aumentando vertiginosamente a concentração de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Tal gás é o principal responsável pelo efeito estufa que, em determinadas proporções, é um efeito bom, pois mantém a Terra na temperatura ideal para vivermos. Se, contudo, a quantidade de CO2 aumentar, aumenta o efeito estufa e a temperatura do planeta, prejudicando o modo como vivemos. Isso tem acontecido porque todo o carbono que há muito tempo estava contido no petróleo em profundas fossas foi trazido à atmosfera pela queima de combustíveis. Como solução (longo prazo, claro) podemos modificar a matriz energética, trocando derivados do petróleo por biocombustíveis (sem falar em recurso eólico, solar, marés...) A idéia é simples: usam-se plantas para retirar energia do Sol e, a partir delas, produzir algum combustível, como etanol ou biodiesel. A quantidade de CO2 emitida na queima desses combustíveis não é maior que a absorvida pelas plantas no processo de fotossíntese, mantendo a quantidade do gás num nível aproximadamente constante. E tal tecnologia, ao contrário do que se diz, não compete com a produção de alimentos, pois existem ainda muitas terras cultiváveis.
Outro “gás malvado” é o metano (CH4, também chamado gás natural). Ativistas chegam a sugerir que todos nos tornemos vegetarianos, pois a criação de gado é responsável por cerca de 17% do metano produzido no mundo. Eu, que não dispenso um bom churrasco, penso de outra forma: considerando que de toda produção de metano apenas 20% vem de extração mineral (feita junto com o petróleo) e que só essa parcela é usada como matriz energética, deveríamos aumentar o aproveitamento desse gás, que é um excelente combustível – mais “limpo” que a gasolina e o carvão mineral. Para quem tem tecnologia de explorá-lo a centenas de metros no fundo do mar, não seria difícil coletar fezes de gado, pôr num biodigestor e usar o gás como combustível. Aliás, o mesmo pode ser feito com a coleta seletiva do lixo urbano, pois os resíduos orgânicos emitem cerca de 26% de todo metano do planeta (os outros 37% vêm de pântanos e plantações de arroz!). Com isso, teríamos uma ampliação do uso do gás natural como combustível, que já é usado na produção de energia elétrica e até em automóveis.
Enfim, existem diversas formas de conter o aquecimento global. E mesmo que se façam sentir seus efeitos, temos capacidade de adaptação e tecnologia para sobreviver a eles. Falta-nos capacidade apenas para resolver os verdadeiros grandes problemas da humanidade, como a fome, a miséria, a AIDS... Esses, porém, parecem ter perdido importância frente ao assustador, catastrófico, armagedônico aquecimento global.
Um comentário:
eu voto em você!!!
Reciclar é preciso, mas na contra-mão do processo existe a falta de educação e, como sempre, os que lucram com isso.
e viva o cocô da vaquinha, os seres mais sábios do mundo!!! uummmmmmm... :p
Postar um comentário