Vem aí a CSS, Contribuição Social para a Saúde. Bonito nome, não? Dá um ar de responsabilidade social ao contribuinte, sem dúvida bem melhor que CPMF, Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. Até porque essa história de provisória que dura uns dez anos já não cola mais. Olhando de perto, porém, é a mesma coisa, que começa cobrando 0,1% sobre as movimentações financeiras e será destinado 100% à saúde, mas termina cobrando 0,38%, sendo que destes apenas 40% irão “salvar o caos da saúde pública”.
Mas por que um Governo com uma das maiores cargas tributárias do mundo quer criar mais um imposto? Por que um País que, só de janeiro a abril de 2008, arrecadou 221,5 bilhões de Reais, quer uma contribuição que irá somar, anualmente, mais R$ 10 bilhões? E, ainda assim, não resolve o caos da saúde, nem da educação, nem da segurança... Como pode haver tanto dinheiro e fazer tão pouco com ele?
Duas vertentes justificam a péssima gestão administrativa dos nossos governos. A primeira é a incompetência; apenas para ilustrar, sem citar nomes, um Presidente de certa Agência de uma Secretaria do Governo do Estado do Ceará estava preocupado a respeito de como iria levar “sua” apresentação (entre aspas, pois ele não sabe usar o Power Point) a um município vizinho, pois seria trabalhoso levar seu computador inteiro. Como ele nem sabia o que era um pen drive, seus assessores tiveram que gravar a apresentação num CD, e o convenceram que assim daria certo. É um elogio a esse Presidente dizer que lhe faltam conhecimentos em informática. Porém, quem sabe, depois que ele se aposente, alguém um pouco mais antenado nesse mundo pode substituí-lo – a incompetência tem solução.
A segunda vertente é a velha conhecida má vontade, companheira fiel de muitos funcionários públicos. Essa, infelizmente, parece não ter solução. Basta ver que nunca na história desse país houve tantos concursos públicos; mesmo assim a concorrência costuma ser alta, porque há muitas pessoas procurando um emprego fixo, estável, bem remunerado, de carga horária reduzida... enfim, procurando moleza. Não interessa o cargo, nem a função (vocação.. o que é isso mesmo!?), o que interessa mesmo é ganhar para não fazer nada. Ou, quem sabe, fazer uma greve de vez em quando. É de entristecer a quantidade de jovens recém-formados que se julgam incapazes (ou têm preguiça mesmo) de enfrentar o mercado de trabalho, de ingressar e trabalhar numa empresa privada, e recorrem ao concurso público como salvação – é como a bolsa família da classe média.
E assim o Brasil vai, gastando cada vez mais, fazendo cada vez menos... e quanto a nós, brasileiros, o que vamos fazer? Protestar? Sonegar? Ah, não sei... essas coisas de economia são muito chatas. Que tal uma praia no fim de semana?
Um comentário:
Não ligue, André. Não tem jeito mesmo... Aliás, tem. Mas limpeza étnica já foi testada anteriormente e não é muito bem aceita pela ONU.. >D
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