Há alguns milhares de anos, antens de surgir o que chamamos civilização, nós humanos vivíamos como animais selvagens, nos abrigávamos em cavernas ou contruções rudimentares, usávamos lanças ou utensílios de pedra como armas, e disputávamos entre os da mesma espécie por território, alimentos e fêmeas. Era algo semelhante aos macacos que assistimos se espancando num documentário do Discovery Channel.
Hoje em dia, muito eveluímos: por exemplo, podemos usar um Smartphone para ligar o ar-condicionado do quarto ou o forno microondas enquanto estamos no trânsito a caminho de nossa casa inteligente. Sem dúvida, um grande avanço tecnológico em relação à pedra lascada. E, enquanto civilização, muito avançamos também. Será?
Afinal, o que diferencia os humanos dos selvagens? Muitos já buscaram responder esta questão. Mais do que isso, já tentaram nos ensinar a ser mais humanos que selavagens. Sem dúvida, podemos destacar Jesus como um desses homens. Para se ter uma idéia de quão especial foi este ser para a humanidade, basta observar que nosso calendário, que data a nossa história, está dividido ates e depois da vinda de Cristo. Entre tantos ensinamentos, Jesus disse "amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Se você é ateu, ou qualquer outra coisa, procure atentar-se a segunda parte: amai ao próximo como a si mesmo.
Agora, use sua internet para acessar qualquer site de notícias. Guerras, atentados, sequestros, assassinatos. Seja em territórios instáveis, como a Síria e "comunidades" do Rio de Janeiro (chamar de favela é feio), ou mesmo numa bela casa do mais tranquilo bairro, nós humanos continuamos nos matando em troca de territórios, alimentos (ou drogas) e fêmeas. Onde foi parar o "amar ao próximo como a si mesmo" que Jesus disse há dois mil anos? Ninguém aprendeu? Ou o amor próprio é que anda em falta?
Enfim, nossa tecnologia evoluiu. Nosso comportamtento, nem tanto. Somos os mesmos selvagens, com lanças e pedras evoluídas. Nada longe de um macaco com um fuzil.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Combate à Corrupção
Quando um grande grupo de manifestantes se reúne em protesto exigindo o combate a corrupção, eles conseguem um efeito tão (in)significante quanto o de uma candidata a miss universo clamando pela paz mundial. Por uma razão muito simples: é um protesto genérico demais para ter algum efeito.
Não que marchas e protestos em si não tenham efeito. Pelo contrário, é uma ferramenta muito especial, um trunfo para o povo conseguir seus direitos. É, inclusive, muito mais visível e eficiente do que estas “manifestações virtuais”, de redes sociais ou de bolgueiros (como este que vos escreve). No entanto, é preciso uma mudança de foco: combater os corruptos, não a corrupção. Oras, enquanto o povo quiser combater “a corrupção”, estará combatendo uma entidade vaga, um fantasma. Porém, no momento em que se liga o crime a um suspeito, cria-se um “rosto” para a corrupção; alguém para ser investigado, julgado e punido.
Muitas bandeiras já se agitaram no combate a corrupção. Muitos políticos já usaram esta idéia como promessa de campanha. Mas, tomando um exemplo icônico: alguém já prometeu não permitir que fique impune o Paulo Maluf? Dono de um currículo invejável, este senhor coleciona denúncias de corrupção, superfaturamento de obras públicas e lavagem de dinheiro; foi inspiração para o verbo “malufar”, e já há mais de um ano foi incluído na lista de procurados da Interpol, podendo ser preso em 181 países. A população, no entanto, não parece se revoltar com o assunto, pelo menos não o meio milhão de eleitores que fizeram de Maluf o terceiro candidato mais votado de São Pulo para deputado federal em 2010. (Prezado Maluf, por favor: não fale da Sra. Minha Mãe).
Me parece que o brasileiro tem mesmo um problema em relação a “fazer” as coisas: sempre espera que alguém faça por eles (este fato, inclusive, está dando muito ibope para vários programas de TV: esquadrão do amor, lar doce lar, sonhar mais um sonho, etc, mas isso dá assunto pra outra postagem...). E não é diferente quanto a corrupção. O brasileiro se diz contra a corrupção, mas acha que não cabe a ela combatê-la. Isso é coisa “pras autoridade”. Tanto que a ‘lei da ficha limpa’ virou queridinha do povo, e muitos candidatos que não teriam nenhuma influência sobre a aplicação desta lei até a usaram como plataforma de campanha: “eu apoio a ficha limpa!” como se isso fizesse deles candidatos melhores, mais honestos ou bem preparados. Ainda bem que o STF não aprovou tal lei, que é inconstitucional: todos são inocentes até que se prove o contrário (inclusive o Maluf). Oras, a tarefa de escolher o candidato é do povo, não do TSE, TRE ou da autoridade que seja. Não é à toa que se chama democracia. Inclusive, este tribunal disponibiliza todo o perfil dos candidatos: desde partido, idade, local de nascimento, até a declaração de bens e a tão falada “ficha”, onde constam todos os processos pelos quais o candidato responde. Portanto, basta ao eleitor uma pequena olhada na ficha do candidato para decidir ele mesmo se tal ficha é “limpa” ou não. Fora que, se tal lei emplacasse, seria fácil ganhar uma eleição: acuse seu concorrente de qualquer coisa para torná-lo inelegível! Era só molhar a mão das pessoas certas, enfim, bastava um pouco mais de corrupção.
Mas, infelizmente, o fato é que acessar internet para consultar o perfil de um candidato a representante do povo, que vai passar os próximos quatro ou oito anos ganhando salários absurdos para definir os passos do país é chato, além do mais dá muito trabalho... Melhor curtir o Facebook, que aliás, tá bombando!
Não que marchas e protestos em si não tenham efeito. Pelo contrário, é uma ferramenta muito especial, um trunfo para o povo conseguir seus direitos. É, inclusive, muito mais visível e eficiente do que estas “manifestações virtuais”, de redes sociais ou de bolgueiros (como este que vos escreve). No entanto, é preciso uma mudança de foco: combater os corruptos, não a corrupção. Oras, enquanto o povo quiser combater “a corrupção”, estará combatendo uma entidade vaga, um fantasma. Porém, no momento em que se liga o crime a um suspeito, cria-se um “rosto” para a corrupção; alguém para ser investigado, julgado e punido.
Muitas bandeiras já se agitaram no combate a corrupção. Muitos políticos já usaram esta idéia como promessa de campanha. Mas, tomando um exemplo icônico: alguém já prometeu não permitir que fique impune o Paulo Maluf? Dono de um currículo invejável, este senhor coleciona denúncias de corrupção, superfaturamento de obras públicas e lavagem de dinheiro; foi inspiração para o verbo “malufar”, e já há mais de um ano foi incluído na lista de procurados da Interpol, podendo ser preso em 181 países. A população, no entanto, não parece se revoltar com o assunto, pelo menos não o meio milhão de eleitores que fizeram de Maluf o terceiro candidato mais votado de São Pulo para deputado federal em 2010. (Prezado Maluf, por favor: não fale da Sra. Minha Mãe).
Me parece que o brasileiro tem mesmo um problema em relação a “fazer” as coisas: sempre espera que alguém faça por eles (este fato, inclusive, está dando muito ibope para vários programas de TV: esquadrão do amor, lar doce lar, sonhar mais um sonho, etc, mas isso dá assunto pra outra postagem...). E não é diferente quanto a corrupção. O brasileiro se diz contra a corrupção, mas acha que não cabe a ela combatê-la. Isso é coisa “pras autoridade”. Tanto que a ‘lei da ficha limpa’ virou queridinha do povo, e muitos candidatos que não teriam nenhuma influência sobre a aplicação desta lei até a usaram como plataforma de campanha: “eu apoio a ficha limpa!” como se isso fizesse deles candidatos melhores, mais honestos ou bem preparados. Ainda bem que o STF não aprovou tal lei, que é inconstitucional: todos são inocentes até que se prove o contrário (inclusive o Maluf). Oras, a tarefa de escolher o candidato é do povo, não do TSE, TRE ou da autoridade que seja. Não é à toa que se chama democracia. Inclusive, este tribunal disponibiliza todo o perfil dos candidatos: desde partido, idade, local de nascimento, até a declaração de bens e a tão falada “ficha”, onde constam todos os processos pelos quais o candidato responde. Portanto, basta ao eleitor uma pequena olhada na ficha do candidato para decidir ele mesmo se tal ficha é “limpa” ou não. Fora que, se tal lei emplacasse, seria fácil ganhar uma eleição: acuse seu concorrente de qualquer coisa para torná-lo inelegível! Era só molhar a mão das pessoas certas, enfim, bastava um pouco mais de corrupção.
Mas, infelizmente, o fato é que acessar internet para consultar o perfil de um candidato a representante do povo, que vai passar os próximos quatro ou oito anos ganhando salários absurdos para definir os passos do país é chato, além do mais dá muito trabalho... Melhor curtir o Facebook, que aliás, tá bombando!
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sábado, 24 de setembro de 2011
Hora de superar traumas.
Nasci em 85. Não vivi a ditadura. Mas sinto todos os dias os “traumas” que ela deixou.
Se sei algo sobre ditaduras, é que não quero viver em uma. O Brasil fez muito bem em conquistar a democracia.
E se sei algo sobre traumas, é que eles devem ser curados. E já está mais do que na hora de o Brasil democrático superar os traumas da ditadura.
Para quem não sabe, num estado democrático, as leis existem para garantir a segurança e o bem estar do cidadão e da sociedade. Um exemplo simples, com leis de trânsito: existe um semáforo num cruzamento. Se o sinal está vermelho, você não deve cruzá-lo. Caso desrespeite a lei, poderá colidir com um veículo que passava no sinal verde (respeitando a lei). Com a colisão, você e o outro poderão se ferir ou mesmo morrer. Quando um desrespeita a lei, sai perdendo não só o cidadão, como toda a sociedade (no exemplo, o motorista que respeitava a lei).
Já no Brasil traumatizado, a lei vem acompanhada de um vulto ditatorial de oprimir a sociadade. Ficou na cabeça de várias gerações, de que certo mesmo é desreipeitar as leis. Esquivando, ludibriando, dando um jeitinho, pagando por fora, o esperto estaria se dando bem. “Infelizmente”, não estamos na ditadura, mas no estado democrático, e o esperto acaba prejudicando toda a sociedade. E a cultura “contra-lei” é tão aprofundada que não se limita a leis do estado, mas até a regras básicas de convívio humano. Assim, em todo lugar sempre existe um esperto que, querendo se dar bem, prejudica a sociedade: no trânsito, nas filas dos bancos, nas empresas, escolas e também na política. E toda vez que um esperto se dá bem, toda a sociedade perde.
Conhecido o problema, temos solução?
Siceramente, duvido. Ocorre que toda essa geração traumatizada com a lei ensinou a seus filhos que autoridade é um problema, algo a ser combatido. E essas crianças aprenderam tão bem, que não respeitam nem mesmo a autoridade dos pais. Professores tem medo de lecionar aos alunos, tão cheios de direitos, mas sem nenhum dever. O que acontece quando essas crianças crescerem? Que noção terão de sociedade, leis, e respeito? O que podemos esperar para o futuro do país? Como esperar um trânsito menos violento sem respeitar a velocidade? Como esperar menos crimes sem respeitar a polícia? Como esperar menos corrupção sem o respeito às leis? Como esperar menos drogas, menos doenças, sem o respeito a vida?
Nasci em 85. Não vivi a ditadura. Vi seis presidentes, e um impeachment. Vi também seis eleições diretas para presidente; eu mesmo votei em três delas. Apesar de percalços, isto é sim uma democracia. Está na hora de começar a vivê-la.
Nota: tente se lembrar dos seis presidentes que mencionei. É mais difícil que lembrar da escalação da seleção nas últimas copas (até menos importante talvez), mas você consegue!
Se sei algo sobre ditaduras, é que não quero viver em uma. O Brasil fez muito bem em conquistar a democracia.
E se sei algo sobre traumas, é que eles devem ser curados. E já está mais do que na hora de o Brasil democrático superar os traumas da ditadura.
Para quem não sabe, num estado democrático, as leis existem para garantir a segurança e o bem estar do cidadão e da sociedade. Um exemplo simples, com leis de trânsito: existe um semáforo num cruzamento. Se o sinal está vermelho, você não deve cruzá-lo. Caso desrespeite a lei, poderá colidir com um veículo que passava no sinal verde (respeitando a lei). Com a colisão, você e o outro poderão se ferir ou mesmo morrer. Quando um desrespeita a lei, sai perdendo não só o cidadão, como toda a sociedade (no exemplo, o motorista que respeitava a lei).
Já no Brasil traumatizado, a lei vem acompanhada de um vulto ditatorial de oprimir a sociadade. Ficou na cabeça de várias gerações, de que certo mesmo é desreipeitar as leis. Esquivando, ludibriando, dando um jeitinho, pagando por fora, o esperto estaria se dando bem. “Infelizmente”, não estamos na ditadura, mas no estado democrático, e o esperto acaba prejudicando toda a sociedade. E a cultura “contra-lei” é tão aprofundada que não se limita a leis do estado, mas até a regras básicas de convívio humano. Assim, em todo lugar sempre existe um esperto que, querendo se dar bem, prejudica a sociedade: no trânsito, nas filas dos bancos, nas empresas, escolas e também na política. E toda vez que um esperto se dá bem, toda a sociedade perde.
Conhecido o problema, temos solução?
Siceramente, duvido. Ocorre que toda essa geração traumatizada com a lei ensinou a seus filhos que autoridade é um problema, algo a ser combatido. E essas crianças aprenderam tão bem, que não respeitam nem mesmo a autoridade dos pais. Professores tem medo de lecionar aos alunos, tão cheios de direitos, mas sem nenhum dever. O que acontece quando essas crianças crescerem? Que noção terão de sociedade, leis, e respeito? O que podemos esperar para o futuro do país? Como esperar um trânsito menos violento sem respeitar a velocidade? Como esperar menos crimes sem respeitar a polícia? Como esperar menos corrupção sem o respeito às leis? Como esperar menos drogas, menos doenças, sem o respeito a vida?
Nasci em 85. Não vivi a ditadura. Vi seis presidentes, e um impeachment. Vi também seis eleições diretas para presidente; eu mesmo votei em três delas. Apesar de percalços, isto é sim uma democracia. Está na hora de começar a vivê-la.
Nota: tente se lembrar dos seis presidentes que mencionei. É mais difícil que lembrar da escalação da seleção nas últimas copas (até menos importante talvez), mas você consegue!
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