sábado, 24 de setembro de 2011

Hora de superar traumas.

Nasci em 85. Não vivi a ditadura. Mas sinto todos os dias os “traumas” que ela deixou.
Se sei algo sobre ditaduras, é que não quero viver em uma. O Brasil fez muito bem em conquistar a democracia.
E se sei algo sobre traumas, é que eles devem ser curados. E já está mais do que na hora de o Brasil democrático superar os traumas da ditadura.
Para quem não sabe, num estado democrático, as leis existem para garantir a segurança e o bem estar do cidadão e da sociedade. Um exemplo simples, com leis de trânsito: existe um semáforo num cruzamento. Se o sinal está vermelho, você não deve cruzá-lo. Caso desrespeite a lei, poderá colidir com um veículo que passava no sinal verde (respeitando a lei). Com a colisão, você e o outro poderão se ferir ou mesmo morrer. Quando um desrespeita a lei, sai perdendo não só o cidadão, como toda a sociedade (no exemplo, o motorista que respeitava a lei).
Já no Brasil traumatizado, a lei vem acompanhada de um vulto ditatorial de oprimir a sociadade. Ficou na cabeça de várias gerações, de que certo mesmo é desreipeitar as leis. Esquivando, ludibriando, dando um jeitinho, pagando por fora, o esperto estaria se dando bem. “Infelizmente”, não estamos na ditadura, mas no estado democrático, e o esperto acaba prejudicando toda a sociedade. E a cultura “contra-lei” é tão aprofundada que não se limita a leis do estado, mas até a regras básicas de convívio humano. Assim, em todo lugar sempre existe um esperto que, querendo se dar bem, prejudica a sociedade: no trânsito, nas filas dos bancos, nas empresas, escolas e também na política. E toda vez que um esperto se dá bem, toda a sociedade perde.
Conhecido o problema, temos solução?
Siceramente, duvido. Ocorre que toda essa geração traumatizada com a lei ensinou a seus filhos que autoridade é um problema, algo a ser combatido. E essas crianças aprenderam tão bem, que não respeitam nem mesmo a autoridade dos pais. Professores tem medo de lecionar aos alunos, tão cheios de direitos, mas sem nenhum dever. O que acontece quando essas crianças crescerem? Que noção terão de sociedade, leis, e respeito? O que podemos esperar para o futuro do país? Como esperar um trânsito menos violento sem respeitar a velocidade? Como esperar menos crimes sem respeitar a polícia? Como esperar menos corrupção sem o respeito às leis? Como esperar menos drogas, menos doenças, sem o respeito a vida?
Nasci em 85. Não vivi a ditadura. Vi seis presidentes, e um impeachment. Vi também seis eleições diretas para presidente; eu mesmo votei em três delas. Apesar de percalços, isto é sim uma democracia. Está na hora de começar a vivê-la.

Nota: tente se lembrar dos seis presidentes que mencionei. É mais difícil que lembrar da escalação da seleção nas últimas copas (até menos importante talvez), mas você consegue!

Um comentário:

Val disse...

Eu lembrei! haha!!
É triste ver que tem pessoas que acham que o legal é burlar a lei. Muito triste mesmo.