terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Evite Aborrecimentos

“Uso exclusivo do condomínio. Evite aborrecimentos.” Estes são os dizeres, em letras garrafais, existentes no portão de um prédio que freqüento. Para completar, existe pintado no asfalto um enorme retângulo amarelo com um X no meio. Qualquer pessoa habilitada a dirigir um automóvel (responsabilidade esta um tanto subestimada) deveria ser capaz de compreender toda esta sinalização: não pare na passagem dos veículos. Infelizmente, o problema não é compreender (ninguém pode ser tão burro), mas respeitar (sim, as pessoas são muito mal educadas); conseqüência: ninguém respeita esse sinal. Rotineiramente, chego ou saio deste prédio, e lá está um jovem, ou um senhor, ou uma mãe, em seus carros caros e empacados no meio da passagem. E com a torpe justificativa: “é só um minutinho”. E quando um minutinho dura uns cinco minutos, você se aborrece, dá sinal de luz, buzina, e a pessoa no carro sai dali com a cara mais feia do mundo, enraivecida, pensando: mas que sujeitinho apressado; que estresse! É interessante como funciona o dia a dia do trânsito, o julgamento egoísta que os motoristas fazem sobre o que é certo ou errado quando estão trancados em seus carros (o pequeno império, a fortaleza móvel de cada um que se sente rei atrás do volante). É muito simples: eu estou certo. Ponto. Os outros estão errados. Há um exemplo clássico: num cruzamento, a direita é livre, mas há um sinal para quem vai para a esquerda. Com o sinal, forma-se uma fila e, eu, melhor do que os outros, não posso esperar na fila! Sigo pela direita, onde o tráfego flui, e lá no cruzamento eu paro e espero o sinal abrir. E os trinta carros atrás de mim que querem ir para a direita? Esperem! Se eles buzinam, que povo estressado... Chato é quando você percebe que a falta de respeito e de civilidade, não é fruto da falta de acesso à educação. Basta ver as faixas amarelas que indicam onde formar uma fila para os caixas do banco. Tudo bem que muitas agências são freqüentadas por pessoas humildes, analfabetas, inocentes de sua ignorância. Mas vá à agência do Banco do Brasil dentro do Campus do Pici, da UFC; lá estão os futuros profissionais graduados, os mestres e até os doutores, numa enorme bagunça onde não se sabe onde é o começo nem o fim. Hoje pela manhã fui abastecer meu carro. Quem anda com GNV sabe o que encontra em todos os postos: fila. Lá estava eu, aguardando minha vez. O carro na minha frente já próximo de ir embora, chega uma Blazer do meu lado – passando também os que estavam atrás de mim – apontando a frente para o carro que ia sair. Irritei-me, de fato. Quando o outro saiu, avancei para seu lugar, antes que a tal Blazer pudesse ir. Depois que desliguei o carro e saí do veículo (como manda o protocolo que quase ninguém segue) vem o cara da Blazer – um senhor, bem aparentado – com uma sorriso amarelo e uma pergunta: - Precisava dessa agressividade? Respondi de imediato: - Sim, porque sou estressado; porque espero minha vez na fila, e não no meio do posto, com uma blazer enorme, impedindo a passagem de quem quer usar as bombas de álcool, ou gasolina, ou simplesmente já abastecerem e querem ir embora. O sujeito se calou e seguiu até uma bomba que ficou livre, alguns segundos depois. Uma pena. Pois foi nesse momento que cheguei a uma incrível conclusão, e não tive oportunidade de agradecer. Ele tinha acabado de me mostrar o jeito mais certo, menos estressante de fazer as coisas: não espere na fila, não respeite o sinal, não procure uma vaga que não esteja na frente do portão. Evite aborrecimentos. Cague pro mundo e não se aborreça.

4 comentários:

Nathan Medeiros disse...

maaaacho....
depois q tu foi fz a prova, n sei pq mas lembrei q tu tinha um blog. e o mais estranho: eu tambem tenho um
para acabar com as coisas estranhas... vc comentou no meu
uaehauehaue


to retribuindo =D

Unknown disse...

Eu não consigo ser assim.... ainda tento mudar o mundo... uma pena pra mim...

Nathan Medeiros disse...

RAAAAAAAAAAAAA

PASSOU NUM CONCURSO PUBLICO!!!!!

André Lins disse...

haha.. pois é, e olha que eu nem sou (ou nem era?) concurseiro de plantão... fazeroque, né? todo mundo morde a lingua de vez em quando!