terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Evite Aborrecimentos
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Osmose Reversa

quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Crônicas Eleitorais 1
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Trânsito - Mais um Caos
quarta-feira, 18 de junho de 2008
O Ser Humano
Jovem torcedor do América-RN foi assassinado com um tiro na cabeça quando retornava para casa, num ônibus fretado pela torcida, após um jogo contra o Ceará realizado no estádio Castelão,
Entidades muito representativas das quais não lembro o nome “investigam” o ocorrido; querem descobrir porque um menor de idade (17 anos) viajou para outro estado sem autorização dos pais; querem saber quem fretou o ônibus, quem era responsável pelos passageiros, porque escolheram aquele horário para volta, entre outras importantes questões que não me interessam. Por que para mim, só há um ponto a ser discutido: se não houvesse o disparo do revólver, não haveria ferido. Ainda assim, fico com a impressão de que descobrir a identidade do selvagem, criminoso e homicida que efetuou o disparo é o que menos importa para a sociedade.
Essa inversão de valores me faz lembrar um episódio menos recente; este, felizmente, sem vítimas fatais, quando o apresentador Luciano Huck teve seu Rolex tomado de assalto. Aproveitando seu espaço na mídia, escreveu uma carta de desabafo, repudiando o crime por ele sofrido. Muitos sujeitos que se julgam cultos encheram Huck de críticas, falando até numa suposta ‘justiça social’ que até hoje não fui capaz de compreender. Lembro-me apenas de um outro caso: há umas três semanas, roubaram a bicicleta do Seu Nonato, caseiro do meu sitio. Para mim, trata-se do mesmo caso: Luciano e Seu Nonato foram as vítimas e os bandidos foram bandidos, criminosos, pessoas que agiram fora da lei, tomaram posse de bem alheio para benefício próprio usando-se de ameaça e violência, e permanecem gozando da impunidade.
Voltando ao jovem torcedor, a situação é bastante clara: ele foi a vítima, o atirador é um criminoso. Nada mais há para ser discutido. Fale em rivalidade de torcidas, fale em ofensas trocadas pelo Orkut, qualquer coisa que se fale, nada justifica que um ser humano tire a vida de outro; nenhuma outra questão é importante.
Poderia encerrar aqui este texto mas, apenas por reflexão, gostaria de propor uma pergunta: entre matar e morrer, qual seria sua escolha? Pode usar a “legítima defesa” como justificativa para sua escolha, você teria o amparo da justiça, mas antes pense: se todos escolhessem morrer, não haveria mais homicídios.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
De novo!?
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Um problema Global
sábado, 19 de abril de 2008
Globalização
Eis aí um tema interessante. Tão na moda, já virou mesmo um clichê; mas ainda assim, o contato com culturas diversas traz novas opiniões, diferentes pontos de vista e um grande aprendizado – até mesmo sobre nossa própria cultura.
Outro domingo tive a oportunidade de ir à praia com um bem humorado sujeito chamado Irwan (leia-se Irruán), um indonésio, engenheiro de telecomunicações, que veio parar em Fortaleza como funcionário da Nokia, uma empresa Finlandesa que presta serviços à Claro, brasileira filiada à mexicana Telmex. Confuso? Não, globalizado.
Primeiramente, ele me reclamou o fato de não ter encontrado por aqui nenhuma mesquita; como bom muçulmano, Irwan (que em nada lembra um árabe) gostaria de um local adequado para praticar suas orações. Infelizmente, não pude ajudá-lo; até onde sei, não há mesmo nenhuma mesquita em Fortaleza. É estranho como no Brasil, um país legalmente laico, sejam tão pouco significativas as religiões não cristãs, e tão esmagadora a presença da Igreja Católica.
Mas isso não foi grande problema. Irwan estava feliz numa praia do Brasil. E, como bom turista, queria provar e comprar de tudo. Chato mesmo foi para mim, que tive de bancar o intérprete. A falta de paciência me fez indagar: o Inglês não é lá uma língua difícil – nem muito cara – de se aprender; em Fortaleza, uma ‘cidade turística’, isso bem poderia ser incentivado, quem sabe bancado pela prefeitura. Mas pra quê? Dinheiro público é para gastar com festa; comunicação entre vendedor e turista deixa com a mímica e o enrolês mesmo; se dá certo assim, então tá bom...
Já cansado de comer camarões e caranguejos (esses deram muito trabalho), nosso ilustre estrangeiro resolveu conversar um pouco sobre os mais diversos assuntos. Por sua formação, acabou falando em eletrônica, e me perguntou por que aqui todos os equipamentos desse tipo são tão caros. Falei que muitos são importados e, mesmo sobre os fabricados aqui, são cobrados impostos elevados. Ele então me perguntou: “e vocês não reclamam?”. Um pouco desconfortável, respondi que sim; mas confessei que não era o bastante. Ele, com um grande sorriso, falou: “deve ser porque vocês têm carnaval e todas essas lindas praias... não podem mesmo reclamar de nada!” Não pude esconder minha frustração diante da triste verdade; mas, como eu já disse, globalização traz novas opiniões, diferentes pontos de vista e um grande aprendizado – até mesmo sobre nossa própria cultura.
O airbag
Assistindo a um bem humorado programa sobre automóveis numa TV internacional (Top Gear, da BBC), deparei-me com uma reportagem interessante, que me deu bastante orgulho: falava sobre o “menor Volkswagen que você pode comprar” (na Inglaterra, claro), nada menos que o VW Fox, desenvolvido e fabricado aqui, em nosso querido Brasil.
Durante a reportagem, para a minha frustração, percebi algumas diferenças: de série, o Fox vai para a Inglaterra com motor
Há um item, entretanto, que realmente me preocupa: o airbag. Comprovadamente, ele aumenta – e muito – as chances de sair ileso (ou pelo menos vivo) de uma colisão. Será que apenas pela nossa "escassez de riquezas" devemos morrer ao sofrer um acidente? Por que essas bolsas infláveis não são equipamentos obrigatórios – como são os cintos de segurança?
Uma resposta quase imediata seria criar uma lei que obrigasse os fabricantes a instalar tal equipamento em todos os veículos produzidos, a exemplo dos cintos de segurança; houve o tempo que o de três pontos não era obrigatório, assim como usá-lo ou não era opção de quem estivesse no carro. Mas não é assim tão simples. A situação econômica dos fabricantes (como a do país inteiro) não é lá das melhores; sua justificativa é plausível: a instalação desse caro equipamento iria encarecer a produção, e esse preço seria repassado ao consumidor – como é nos veículos que oferecem esse opcional. E justamente falando em opcionais, para os consumidores que não dispõem de muito dinheiro, o senso comum é de investir num item de conveniência como ar-condicionado, que terá uso diário, não em um item de segurança que, pelo menos se espera, nunca será usado. Chegamos assim a um impasse onde, como sempre, o povo é quem paga o pato.
Mas talvez não. A resposta é mesmo uma lei; afinal, elas existem para o benefício do povo (ora, pelo menos em teoria...). Apenas o "obrigar" está incorreto; incentivar é bem melhor. Basta ver o seguinte: o que ajuda a tornar os carros no Brasil tão caros? Os impostos. Bem, não pretendo sugerir aqui uma reforma tributária – seria muita audácia. Mas se houvesse para os carros equipados com airbag uma isenção, ou pelo menos um desconto nos impostos, seria crescente o número de veículos dotados desse equipamento; e, portanto, mais seguros. Quanto ao dinheiro que o governo deixaria de arrecadar, acredite: não seria metade do que é gasto nos serviços médicos e de emergência com as vitimas dos acidentes envolvendo nossos 1.0 "básicos".
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Talentos
Interessante como as pessoas nascem com talentos; características e vocações muitas vezes únicas que as marcarão por toda a vida, não raro definindo a carreira do dito cujo.
Um exemplo claro é a beleza. Talento inquestionável, é facilmente reconhecido pela sociedade. Geralmente de nascença (de preferência no sul do país) a beleza necessita apenas ser mantida ou aperfeiçoada durante a vida da pessoa. Nada além de uma vida saudável, boa alimentação e exercícios físicos (talvez um pouco de silicone...). E claro, como foi dito, esta característica marcante define a carreira do seu portador: modelo, atriz, apresentadora de TV, cantora, escritora, esposa de ricaço, ex-BBB, dentre tantas outras portas abertas para quem nasceu sob as bênçãos da deusa Vênus.
Outro talento interessante, geralmente oriundo de periferias pobres, é o de jogar futebol. Este sim pode ser bastante aprimorado, tendo início o longo preparo ainda na infância, para então ingressar nas categorias de base em pequenos clubes, seguidos por campeonatos mais expressivos e a posterior venda para um time europeu. Tamanha é a importância deste talento para a sociedade que vários destes atletas semi-analfabetos ganham salários astronômicos que a maioria de nós não irá receber em 30 anos de trabalho.
Um talento geograficamente mais difuso, porém mais comum do que se imagina, é a inteligência. Não me refiro a gostar de matemática e resolver contas com velocidade; isso é coisa pra calculadora de R$1,99. Algumas características da inteligência são a facilidade de aprendizado, rapidez de raciocínio lógico, aguçada visão espacial, habilidade manual e artesanal, sensibilidade artística, ouvido musical, dentre diversas outras. Como qualquer talento, este deve ser lapidado; existem raras escolas, muitas com critérios rigorosos de seleção, que aprimoram com muito trabalho algumas das qualidades referidas.
Para descrever melhor esse talento, prefiro deixar o texto mais pessoal, pois é sempre gostoso lembrar dos tempos de colégio. Como um bom aluno nerd, sempre participei – e com mérito – das olimpíadas. Não as de futebol ou natação, mas de matemática, física, enfim; e conheci garotos bem mais brilhantes que eu. Um deles foi várias vezes campeão em matemática, chegou a cursar um semestre no IME (para quem nunca ouviu falar, é uma universidade com vestibular bem difícil), mas decidiu que não era o que ele queria da vida. Hoje cursa psicologia e artes cênicas, inclusive se apresenta em algumas peças aqui na capital cearense. Se ele é feliz? Espero que sim. Se é rico ou famoso? Claro que não! Quem daria importância a um ator inteligente, culto, que lê livros, sabe muita matemática e nunca esteve no Big Brother ou na Malhação?
Voltando aos tempos do colégio – só explicando, um colégio particular, desses com turma especial para os alunos mais brilhantes. O que tinha de especial na turma? Nada muito interessante, apenas uma alienação pelo vestibular e um certo desprezo a coisas supérfluas, como cultura, música, vida social, cidadania... mas isso é conversa pra outro dia. Voltando ao texto, um outro sujeito prodígio que conheci por lá, desses com boas notas e resultados em olimpíadas, hoje é graduado
Essas belas histórias – qualquer uma poderia aparecer num quadro no programa do Faustão – acabam me fazendo lembrar outra qualidade dos inteligentes, uma característica possivelmente nata: a frustração. Assim como uma modelo olha-se no espelho e afirma convicta: “eu sou bonita”, toda pessoa consegue, cedo ou tarde, reconhecer suas qualidades. O reconhecimento vindo dos outros é que nem sempre agrada: as tantas portas não estão abertas, nem são pagos salários astronômicos para quem teve a sina de nascer inteligente.